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Mostrando postagens de janeiro, 2015

O poder da imagem

    O Poder da Imagem . Este é o título de um trabalho de pesquisa que meu saudoso professor do Colégio São Bento, D. Gerardo, lá pelos idos de 1955, pediu que a turma do 1º ano do Curso Científico, correspondente hoje em dia ao Ensino Médio, fizesse. Seu objetivo certamente não era apenas o de melhorar nossa média de notas na disciplina de Literatura Francesa. Ele, com sua inteligência e espírito sagaz, já pressentia o mundo que estava por vir e que iríamos vivenciar. Premonitoriamente, já nos preparava para a reviravolta. Pois é! Tanto tempo depois, por estes saarianos dias do verão carioca de 2015, experimento, na carne e no osso, a viva e intensa realidade deste poder. Assim é que estava eu tranquilamente posto em sossego no restaurante Leiteria Mineira, criado em 1909, no Centro do Rio e que tem minha preferência há já não sei quantas décadas. Eu colhia não os doces fruitos dos saudosos campos do Mondego, cantados nos Lusíadas de Luís de Camões, mas os benefíc...

A AVENTURA DAS PALAVRAS DE UMA LÍNGUA

A AVENTURA DAS PALAVRAS DE UMA LÍNGUA   Ao ler no Twiter que o papa Francisco havia dito sobre o ataque em P aris: 'Se xingar minha mãe, espere um soco', veio-me logo à mente buscar a origem, em português, do termo xingar, tão diferente do offendere italiano,insulter do francês ou insultar   do espanhol. Fui ao bom e utilíssimo Houais e lá está que o verbete se originou do verbete quimbundo kuxinga , que significa “injuriar, descompor”. Pus-me então a pensar como é fascinante a aventura das palavras de uma língua. Um belo dia, elas deixam seu povo de origem e partem em viagem. Não há fronteiras políticas ou proibições governamentais que as impeçam de partir. Põem o pé na estrada do mundo e, onde aportam, por lá ficam e criam raízes. Não raro, mudam de aparência, adquirem novas roupagens, se transformam e até se sofisticam, mas voltar mesmo para a mãe-pátria, nunca mais! E, para o povo que as recebe, é um negócio da China, o empréstimo ideal, pois necess...

Fatos da vida corrente

Fatos da vida corrente   O dia seguinte ao de Natal é aquele em que, esmerando-se na sua demonstração de polidez, muitas pessoas não nos poupam de uma clássica pergunta: “Como foi de Natal”? A tradição popular, em sua sabedoria, espera sempre uma resposta positiva e também clássica, pronunciada muitas vezes de maneira relaxada: “Bem, graz’a Deus, com saúde né? Saúde é o que importa; o resto a gente leva”. E, quando chega este dia, a lembrança logo me reaviva uma situação vivida na extinta Universidade Gama Filho. Num dia 26 de dezembro, quando eu retornava ao trabalho, entrei no elevador e cumprimentei a ascensorista. Imediatamente ela me fez a célebre pergunta. Fui sincero na resposta.   Informei que não havia estado muito bem, pois enfrentara uma gripe bem desconfortável, tudo o que não desejamos para um dia de festas. Ela, sem muito esperar, logo emendou com um: - Que bom, com saúde né? Saúde é o que importa; o resto a gente leva.